
Leitor assíduo deste plural e democrático espaço de reflexão sobre temas ligados as atividades desenvolvidas nestes ambientes ecléticos e prazerosos, os botecos, onde podemos nos confraternizar com os amigos, comemorar conquistas, afogar mágoas; senti uma necessidade impulsiva de escrever algo, e dar minha singela contribuição para este importante blog.
Como dissertar acerca de receitas gastronômicas, crônicas e cordéis não é muito o meu forte, decidi fazer alguns relatos sobre causos reais e interessantes que pude vivenciar no convívio com amigos nos botecos da agitada vida noturna da Terra dos Eucaliptos.
Em meu ciclo botequeiro social de amizades é comum comemorarmos as grandes conquistas profissionais, acadêmicas e pessoais de nossos amigos com um ritual que consolida-se com o tempo como uma importante tradição: bebemorarmos com todo o glamour e requinte que o boteco no qual estivermos permita.

Outro aspecto relevante a ser mencionado em nossa tradição é que a conta sempre é de responsabilidade de nosso homenageado. Não importa o quão vultosa sejam as cifras. É uma responsabilidade e uma honra, é um prazer arcar com o prejuízo.
Pois bem, certo dia, recebemos a notícia, veiculada em impressos de grande circulação de nosso Estado, que nosso amigo Jean Anderson Bezerra Costa* havia sido classificado em concurso realizado pelo Metrorec. De imediato, articulamos o membros de nossa fraternidade para mantermos viva nossa tradição, e por fim bebemorarmos o sucesso de nosso amigo Doug*. Estávamos eu, Pablito Gomes, Flávio Tetéia, Denis Leonardo e a grande figura ilustre da noite, o Ganso*.
*são a mesma pessoa.
Em uma noite fria de sábado, depois de alguns Dry Martinis... Epa, essa é outra história.
Voltando ao causo, o local sagrado do ritual foi a Palhoça. Neste período o cardápio que simbolizava o requinte e o glamour permitido aos nossos bolsos, ou melhor, o do Ganso, era pedirmos uma farta Tábua de Frios composta de salame, queijo mussarela, palmito, azeitonas verdes, cubinhos de presunto cozido e tudo regado a Bohemias, que ficavam depositadas em recipiente de alumínio, comumente conhecido balde de gelo. É isso mesmo, aqueles baldes típicos para manter o vinho ou a champagne na temperatura ideal para a apreciação. Coisas de Moreno.
Lá pelas tantas da madrugada, eis que surge um iluminado, com uma grande idéia de brindarmos aquela grande conquista com o melhor vinho da Carta! O volume significativo de substâncias alcoólicas as quais ingerimos não me permite lembrar da marca. Acho que também tomamos alguns tragos de whyskinho.

Como não podia deixar de ser, a melhor parte fica sempre para o final, e final em se tratando de boteco é a hora da famigerada CONTA. Eis que chega o momento célebre da cota, mesmo sendo tradição ser de responsabilidade do homenageado, ele só fica sabendo na hora de pagá-la. E assim foi... Cada um que puxava um real, dois reais, acho que alguma alma caridosa puxou cinco reais. Detalhe, a conta deu oitenta mirréis, muito barato filha... (essa também será outra história). Pois bem, R$80,00 foi a conta, a arrecadação para ajudar o Ganso foi de no máximo R$10,00.
Conclusão: Doug quase aos prantos literalmente, no ápice de todo seu desespero frente a situação exclamou: “EU SÓ TENHO SETENTA MIRRÉIS NA CARTEIRA E É PARA DAR A MAINHA, MADIMOSELLE RAILDA, FAZER A FEIRA DA SEMANA”! Como todos sabemos, tradição é tradição, e mesmo sensibilizados com a circunstância calamitosa de nosso companheiro, fomos firmes e honramos nossas tradições – saímos todos correndo gritando ao proprietário que a conta era do Ganso! Ele pagou os R$70,00 e até hoje não sabemos como ele fez a feira da semana.
Ah, quase ia me esquecendo! Ele só tinha sido aprovado no concurso. A convocação mesmo veio tempos depois... E aí, já sabe né?
Ele se fudeu de novo!
3 comentários:
também conhecido como O DIA EM QUE O GANSO PAGOU O PATO
Depois desse dia, Ganso se transformou em outra pessoa: deixou de ser desempregado, deixou de ser donzelo, deu chilic para pararem de comer as coisas que ele comprava, parou de ver os amigos, trancou o curso de matemática e passou no vestibular de psicologia. Vamos fazer ele pagar outra cachaça para ver se ele volta a ser como ele era antes.
Porra, Batman, é foda! Vão pensar mal da gente, pô. rsrsrsrsr Mas tudo bem. O texto tá massa, parabéns!
Postar um comentário