30/04/2009

Mukeka di Rato (ES) em Recife!


Neste sábado (02/05), às 20h no Armazém 14:

- Mukeka di Rato (ES)
- Vivisick (Japão)
- Fuck on the Beach (Japão)
- Handsome and The Heartbreakers (Japão) (CLÁSSICOS DE ROBERTO CARLOS EM JAPONÊS!!!)

- Cabala (PE)
- Carpo (PE)

Sábado (02/05/2009) - 20h
Armazém 14 (Cais do Porto - Recife Antigo)
Preço: R$ 12,00 (antecipado) - Info: 8850.4229/8828.8719
Ouçam: http://www.lastfm.pt/event/1003358

p.s. dica de Igor Cabral
_________________________________

ATUALIZAÇÃO: E a pedidos de alguns blogueiros, butuqueiros, botequeiros e maconheiros:

Domingo (03/05). Concentração às 14h em frente ao Bar do Fogão (Recife Antigo). + no blog da Marcha.

Quem achar que é muito queima-filme, pode ir de MÁSCARA.

27/04/2009

Kachaça e Kinemail


Mais uma vez, vamos dar um ninja!

DBNB - pensando em nossos bêbos-cinéfilos - indica um site muito massa pra quem é viciado em cinema!
O Kinemail
(http://www.kinemail.com.br/) de Fernando Vasconcelos que toda semana indica (comenta, fala, sugere, etc) filmes porreta; pra nossa sorte, esta semana indica uma matéria tudo-a-ver-com-o-DBNB que rolou na Playboy gringa de maio. Vejamos:

PLAYBOY e o cinema on the rocks

> O redesign - gráfico e de conteúdo - da edição norte-americana de PLAYBOY renova a famosa revista masculina para um formato brand new, mais compacto (edições com pouco mais de 100 páginas), mas sempre caprichando no conteúdo, com os contos de bons autores, reportagens, entrevistas, grandes ilustradores e cartoons de sempre e... ah, sim, as mulheres nuas, embora fugindo cada vez mais do rótulo de 'revista de mulher nua'. Os ensaios de nu agora são rápidos, em poucas páginas, num acertada decisão editorial de que não dá mais para competir com a internet, onde sexo, nudez e pornografia abundam (ops!) de graça e para todos os gostos.

Revista também disponível no formato digital (www.zinio.com), do qual sou assinante, o novo projeto gráfico adapta-se bem a ser 'folheado' e lido na tela do computador. Na capa da edição de maio, a estrela de TV, Lisa Rinna, 45 anos, posa nua numa homenagem à Ms. Robinson de Anne Bancroft em A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967). Chuck Palahniuk, autor de Clube da Luta, é o entrevistado do mês. No 20 Perguntas, Zachary Quinto, de Heroes, é o novo Dr. Spock de Star Trek. Merece destaque aqui para o Kinemail, o The Drinking Man's Guide to Cinema, uma boa e divertidíssima seleção de filmes bons de copo! Confira aqui reprodução de trechos do guia:

O Guia de Cinema para o Homem que Bebe


>
Em 1916, Charlie Chaplin chegava em casa completamente bêbado no curta metragem
Uma da Manhã (One A.M.) e levava os 30 minutos de duração do filme desastradamente tentando deitar na cama. O público adorou e, assim, nasceu o gênero 'filme de bêbado'. Aqui vão alguns para você conferir em casa, entre goles da sua bebida preferida:

7. GIN. Não dá pra fazer uma lista respeitável de 'filmes de bêbado' sem
The Thin Man (1934), adaptação de um conto policial de Dashiel Hammett onde Nick e Nora Charles (William Powell e Mirna Loy) investigam um crime quase sempre com um copo na mão. O filme tem frases memoráveis como esta: '- O que importa é o ritmo. Sempre mantenha o ritmo ao mexer seu drink. Então, um Manhattan você mexe em ritmo de fox-trot e um Dri Martini você sempre deve mexer em ritmo de valsa.'

6. VODKA. O Grande Lebowski (1998) dos irmãos Joel e Ethan Coen tornou a bebida russa cool nos EUA. The Dude (Jeff Bridges) está sempre com um copo (e/ou um cigarro de maconha) na mão durante a trapalhada em que se mete por causa de um homônimo. O filme gerou o fenômeno que é a festa anual Lebowski Fest, este ano em 7 e 8 de maio em Los Angeles (www.lebowskifest.com). Mais vodka, por favor: Não podemos esquecer a deliciosa Karen Allen derrubando incontáveis doses de vodka em Os Caçadores da Arca Perdida (1981).

5. SAQUÊ E VINHO. A comédia de kung-fu The Drunken Master (1978) com um bastante
jovem e desconhecido Jackie Chan, onde um mestre o ensina os segredos do zui quan, '- Mais fácil de aprender depois que você toma uma!' Nas cenas de luta, thanks god!, ainda não existiam os efeitos CGI, então, é muita porrada real e nada de dublês. No filme, eles provavelmente bebem baijiu (é na China!) mas o saquê japonês chega bem perto (e nós achamos mais gostoso). Prefere um vinho? Então arrisque Sideways (2004), um filme que prova que até degustadores nerds podem ser bastante divertidos.

4. CHAMPANHE. Ora, o mais romântico filme já feito: Casablanca (1942). Num flashback em Paris, Rick (Humphrey Bogart) serve um cocktail de champanhe para a mulher da sua vida, Ilsa (Ingrid Bergman) e solta a fala clássica: '- Here's looking at you, kid.' Experimente o Henriot Cuvée des Enchanteleurs, safra 1995. Poderá ser o início de uma bela amizade... Vale conferir ainda High Society (1956), com Bing Crosby e Frank Sinatra cortejando Grace Kelly enquanto Louis Armstrong ataca com a trilha sonora de Cole Porter. Oh, yeah, Hollywood já foi um dia um luxo...

3. WHISKEY. No obscuro e confuso Where The Buffalo Roam (1980), temos uma atuação
virtuosa de Bill Murray no papel do famos escritor Hunter S. Thompson, onde ele atravessa os EUA em busca do Sonho Americano. Ingredientes: 6 grapefruits, uma garrafa de Chivas Regal, uma garrafa de Wild Turkey, uma faca de caça e um bom advogado. Vale checar mais Bill Murray bêbado no lindo e fofo Lost in Translation (2003) de Sofia Coppola.

2. TEQUILA. Traga-me a Cabeça de Alfredo Garcia (1974), talvez o melhor filme cometido
por Sam Peckinpah. Acompanhado de uma garrafa no Mexico dos anos 70, um excelente Warren Oates segue desesperado na missão de entregar a cabeça de um marginal morto. Recomendamos as tequilas Patrón, Milagro ou Cabo Wabo. Make it blanco, baby.

1. TODA E QUALQUER BEBIDA ALCOÓLICA. Salve o primeiro e único Arthur - O Milionário Sedutor (1981)! Com Liza Minnelli e o grande ator inglês John Gielgud (1904-2000), aqui oscarizado como melhor ator coadjuvante, como o mordomo de Arthur, o baixinho Dudley Moore (1935-2000). Bons diálogos e rios de destilados estão nessa comédia que lança um olhar feliz sobre o alcoolismo. Você não vê sequer uma cena de Arthur com ressaca!!! O filme mostra não só que um homem pode tomar as decisões certas na vida completamente bêbado, mas que, quase sempre, um bom trago ajuda a tomá-las (as decisões!). Ingredientes: O estoque de uma loja de destilados, um fígado de aço, amigos bons de copo e... no regrets! Filme levor também Oscar de melhor canção para a baba de FM The Best That You Can Do, na voz do célebre cantor alcoólatra dos anos 80, Billy Joel.

>
OBS. A idéia é diversão, portanto a revista não inclui dramas clássicos do alcoolismo
como o devastador Vício Maldito (Days of Wine and Roses, 1962) de Blake Edwards, com Jack Lemmon e Lee Remick brilhantes, ou o insuperável Farrapo Humano (The Lost Weekend) do mestre Billy Wilder, com Ray Milland, vencedor dos Oscar de melhor filme, direção, roteiro e ator em 1945, ambos disponíveis no Brasil em DVD. Temos ainda o filme que deu um Oscar de melhor ator (!!) para Nicolas Cage, como um alcoólatra em Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, 1995) de Mike Figgis. Por fim, vale lembrar aqui o famoso melodrama popular brasileiro O Ébrio (1946), de Gilda Abreu, com a famosa canção homônima na voz de Vicente Celestino.
Fernando Vasconcelos 21.04.2009 | PLAYBOY USA maio 2009

24/04/2009

Desvario

Olá, amigos, blogueiros do Butuca no Boteco.

Estou postando de Seropédica, estado do Rio de Janeiro, baixada fluminense, pertinho de Nova Iguaçu. Essa cidade é pacata, afundada em provincianismo latente, onde há mais paulistas e mineiros que cariocas, mais templos protestantes do que bares - imaginem meu martírio...

Pois bem, para me distrair desses verdadeiros prazeres turísticos (de turístico mesmo só a UFRRJ, a universidade mais bonita do Brasil - É bonita mnesmo!), enfurnei-me no quarto da pousada com algumas latinhas de cerva e, estando mais movido pelo álcool do que pela razão, escrevi tais versos:

Poema: Desvario
Epígrafe: "Quero o lirismo dos bêbados" (Manuel Bandeira)

Se eu fosse o dono do mundo,
mandava caiar teu nome

em cada um dos continentes,

onde o tempo nunca some

como que fosses caindo

dentro de um buraco infindo

do qual sempre tenho fome.


Se eu fosse o dono do mundo,

eu não seria a verdade.

Porque dizê-la é mentir-se;

não se a tem por sanidade.

Eu seria era a mentira

que, na sua pior mira,

só destina pra verdade.


Se eu fosse o dono do mundo,

de três coisas me faria:

do tempo que tudo gasta;

do espaço que tudo cria.

Então, me faria em porre

para saber como se morre

dum verso de poesia!

22/04/2009

Primeiro grande encontro dos botequeiros


(versos escritos a quatro mãos durante o evento)

Aos senhores botequeiros
Pediremos a licença

Pra falar desse evento

Aqui na vossa presença

Essa gente reunida

Diversão tá garantida

Bebedores por "excelença"


Nesse encontro aqui só tem
Bebum, cachaça e caneco

Com mil conversas fiadas

Não há vaga pra tareco

E dessa nação eu sou

Porque a todos digo estou

De butuca no boteco


Vinte oito é o dia
E Março o mês escolhido

O Mercado da Boa Vista
Por todos o mais pedido

O lugar da reunião

Onde rola a diversão

Desses bebos assumidos


Esses cabras e cabritas
Vieram das localidades

Enfrentando lotação

E metrô sem castidade

E nessa nova assembleia
O que vale é a greia

Disfarçada de amizade


Grande parte dos blogueiros
Estavam aqui presentes
Regados a cerva e rum

E também a aguardente

Vale também lembrar

Tem para saborear

Prato frio e prato quente


Dom Pablito, Presidente
Dessa nobre confraria

Vai tentando organizar

Essa grande anarquia

Por enquanto vai tentando

Com toda força lutando

Quem sabe consegue um dia


Os demais que ainda vêm
São chamados imortais

Cada qual com u'a cadeira

Só golando mais e mais

Discutindo futebol

Crença, voto, lei e mol

Lula, Jarbas e Arraes!


E começando o pagode
Dando nome aos tais bois

Vem nessa lista de gente
Sem deixar para depois:

Dom Pablito, Imperador,

Laerte e Flavão co'andor
Tabelando no 1-2


Agora vou registrar
A presença feminina

Com Márcia e Juliana
E também a Catarina

Mais a nossa poetisa

Que a arte simboliza
De quem falo é Marina


Mas a maioria é macho
E bebo é uma disgrama!

Tem Léo, Tárcio e Moacir
Que por Moca a gente chama

Mais Rai, Emerson, Serginho,

Rafael, Alan, Netinho,

Que não sai cedo da cama


Desafio foi lançado
E dele eu não esquivo
E nessa apresentação
Ainda tá faltando Ivo

E também o amigo Ledo

Eles não chegaram cedo
Mas têm assento cativo


Circulando pelo patio
Vi Miró da Muribeca

E também uma galega

Que disseram ser sueca

Era loira e comprida

E muito desinibida

Parecia uma boneca


E o samba que tocava
Era muito envolvente
Um velhinho que dançava
No meio daquela gente

Com gingado imbatível

Disse que seu combustível

É caldinho e aguardente


A festa foi formidável
Mas teve que acabar

É porque já era tarde

E o lugar já vai fechar

Se não manda ir embora

Esse povo sem demora

No boteco quer morar

_____________________________________________________


"Estamos de Butuca!"

P.S. Em breve um Flickr com mais fotos do evento

20/04/2009

A influência dos botecos na organização social


Nosso próximo post será um serviço de utilidade pública. Com os devidos descontos aos preceitos da sociologia, antropologia e outras logias, sabe-se que existe uma segmentação natural da sociedade, pois desde os primórdios da humanidade, nós reles mortais vivemos em grupos. Estes grupos formam-se a partir de afinidades, semelhanças físicas, religiosas, culturais, e - por que não dizer? - por preferência de botecos.

Isso mesmo, estes locais que segundo a Wikipedia “Boteco ou botequim são termos oriundos do português de Portugal botica, e do espanhol da Espanha bodega, que por sua vez derivam do grego apothéke, que significa depósito” podem sim, ser fatores de extratificação social, constituindo as tribos, grupos, as fraternidades, enfim, constituem um aglomerado de seres apreciadores de um bom boteco.
Ainda segundo a Wikipedia, no Brasil, o boteco ou botequim ficou tradicionalmente conhecido como lugar de encontro entre "boêmios", onde se procura uma boa bebida, petiscos baratos e uma boa conversa sem compromisso, fato este que nos remete a esta nossa reflexão.

Desta forma, a partir da descrição, ou mesmo da simples menção a alguns botecos poderemos constatar a influência dos botecos na segmentação da sociedade:


Dentro do campus da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, espaço de excelência nas pesquisas, entre elas as sociais, podemos observar in loco alguns exemplares como o Bar da Moita, que reunia a nata dos malucos e membros honorários do MESC – Movimento Eu Sou Cultural. Lá podíamos apreciar um bom vinho Carreteiro, a velha Pitú com caldinho, além é claro, de apreciarmos a boa música da cena alternativa recifense, como Cumadre Florzinha.

Em contraponto, tínhamos o Bar da UNE (União Nacional dos Estudantes) que reunia os boyzinhos, as patrinhas, calouros, candidatos a calouros, alunos da Escola Técnica (hoje CEFET) e demais anônimos que buscavam beber uma cervejinha, ralar o bucho num pé-de-serra arrochado. Não podíamos deixar de mencionar aqueles "legais" com seus carros com um som estridente rolando as músicas da moda.


Quase no mesmos moldes do Bar da UNE, tínhamos o Clube Universitário, que além do gostoso pé-de-serra, ainda rolava um pop rock massa com os caras e a mina do Pulso 100, se não me falha a memória.


Até mesmo em seu entorno a UFPE possui “laboratórios a céu aberto”, e podemos analisar os Bares da Kelly e do Abacaxi, e verificarmos amostras de grupos, tribos e galeras sociais, que curtem um bom forró pé-de-serra, cerveja nem tão gelada assim, azaração e claro, a velha gazeada nas aulas da sexta-feira.


O público GLS, GLTB, enfim, não sei se existe alguma nova sigla para expressar o público gay também possui seus lugares prediletos. Podemos mencionar a Galeria Joana D’ark que é quase um complexo de bares descolados para a turma do Recife que gosta de apreciar boa comida com uma trilha sonora bacana. Lá você pode encontrar crepe (Anjo Solto), comida mexicana (Boratcho), sanduíches (Provout) e, claro, cerveja e bebidas para passar a noite toda com os amigos. O Mustang, aquele “inferninho” por trás do Shopping Boa Vista, a própria Praça da Alimentação deste shopping e a Metrópole completam a lista.


Para fazer uma homenagem aos boêmios mais tradicionais, poetas, artistas plásticos, músicos, não poderíamos deixar de falar do saudoso Bar Savoy. E para não cometer nenhuma gafe histórica, nem botequeira recorreremos ao grande Carlos Pena Filho para classificar o local:


Chopp

Na avenida Guararapes,

o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio, tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,

mais se assemelha a um festim,

nas mesas do Bar Savoy,

o refrão tem sido assim:


São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,

trezentos desejos presos,

trinta mil sonhos frustrados.


Ah, mas se a gente pudesse

fazer o que tem vontade:

espiar o banho de uma,

a outra amar pela metade

e daquela que é mais linda

quebrar a rija vaidade.


Mas como a gente não pode

fazer o que tem vontade,

o jeito é mudar a vida

num diabólico festim.

Por isso no Bar Savoy,

o refrão é sempre assim:

São trinta copos de chopp,

são trinta homens sentados,

trezentos desejos presos,

trinta mil sonhos frustrados


Carlos Pena Filho
(1929-1960)

E como não poderia deixar de ser, aproveito esses momentos finais para homenagear os botecos temáticos da Terras dos Eucaliptos, “a minha querida Moreno”. Apenas farei a menção ao Bar Moreno, pois este é frequentemente explorado em nosso blog.

Ai que saudade do Bar da Ficha... Como o próprio nome sugere, possuía uma belíssima radiola-de-ficha que reunia a mais eclética coletânea de música que já vi e ouvi. Reunia desde bêbados anônimos, políticos, estudantes e professores. Lembro-me como se fosse ontem quando André Doido comprou uma ficha para colocar duas vezes seguidas a Saga de um Vaqueiro (acho que é esse o nome) aquele forró de quase duas horas de música... E o dono do bar disse logo: “a radiola tá quebrada!” só para não ter que ouvi-la duas vezes seguida. Outro clássico, e que nosso D. Pablito adorava, era Babylon Vampire de Édson Gomes.

O Bar Ecológico do historiador popular Joca tinha um dos garçons mais simpáticos de Moreno, nosso amigo Inácio, que com seu louro (papagaio) no ombro nos servia sempre com muita presteza. Lá podíamos levar qualquer som, de Iron Maiden a Pinduca e ouvir tomando várias cervejas. O cenário bucólico nos permitia beber entre árvores, banquinhos e mesas de troncos e restos de árvores, à margem do Rio Jaboatão.

Nos tempos áureos do “liseu” que a Belco custava R$1,00 nós dávamos derrame no Caldinho Ele e Ela de nosso amigo Walter, no Bar de Fernando (antigo Bar da Gaiola de meu padrinho Bigode) e no Bar de Bica.

Bar de Zeza (Zeza Water Park), outro importante patrimônio cultural da terra dos eucaliptos será tema para um texto a parte, mas a tripinha e o dendê são exemplares maravilhosos de sua gastronomia peculiar.

Nomes exóticos também possuem exemplares em Moreno como: Bar da Rola, Bar do Vento, Bar da Linha e Bar de Zinco.

Por fim, o Bar do Geladinho, de nosso querido amigo Davino. Nele você degusta a cerveja mais gelada da cidade numa área de aproximadamente 8m², podemos ouvir Los Hermanos as duas horas da manhã, cantando repetidas vezes: "QUEEEM SABEEEE O QUEE ÉÉÉ TEER E PERDEEER ALGUÉÉÉM... " (Pablo gritou até a mãe de Davino acordar). Outra de Pablo foi chutar o balde de lixo, espalhando tudo pelo chão. Mas ele ainda é cliente vip de lá.

Concluo com a esperança de provocar boas lembranças de lugares e momentos especiais, despertar a curiosidade de que possam conhecer lugares tão pitorescos e inusitados, e ainda, homenagear estes botecos tradicionais que ficarão marcados em nossas lembranças.

18/04/2009

O matuto

Longe da megalomaníaca indústria de cerveja e botecos do mundo, está o matuto. Botequeiro esperto já sabe, não deve entrar numa disputa etílica com esses personagens, pois certamente eles mijarão na sua cara - desfalecido de tanta cachaça - enquanto eles saem em busca de um boteco aberto, nas brenhas do mundo, para tomar a saideira.

Além da invejada firmeza no alcoolecer, eles surgem com brilhantes receitas etílicas, simples como sua razão, mas sempre muito apreciadas pelo matutos da capital. Uma delas, pude experimentar.

INGREDIENTES
- Laranjas (ainda na laranjeira)
- Cachaça (com os mais altos graus de teor alcoólico que puder encontrar)

EQUIPAMENTOS
- Seringa e agulhas (descartáveis, peloamordedeus);
- Escada (para subir na laranjeira)
- Esparadrapo

MODUS OPERANTIS
Após o café da manhã, às 5h da madruga, reúna os ingredientes e os equipamentos. Ainda bocejando, faça a sucção da cachaça na seringa. Ponha a agulha na seringa, suba na escada e injete o líquido malicioso na laranja ainda no pé. Deve ser os frutos mais expostos ao sol. Repita a operação em quantas laranjas achar necessário para poder abrir o boteco na noite, obviamente em baixo da laranjeira. Marque as laranjas batizadas com qualquer objeto que sirva para isso - pode ser um esparadrapo. Só não vale nada que perfure a laranja.

Após a janta, às 19h, arme o forró em baixo da laranjeira. Com a ajuda da escada, colha as laranjas e desguste seu suco. Imperdível.

15/04/2009

Manguinha divulga nosso blog


Agora ninguém segura este blog!

O grande Manguinha do Sítio dos Coqueiros (Crato, CE) virou garoto-propaganda do DBNB, meu fi-fi!

Nosso ídolo cedeu segundos do seu precioso tempo que ficarão gravados eternamente em nossa memória:




Tem bêbo no Coqueiro?

*Nossos agradecimentos a Gabriela e Jonathan que nos proporcionaram esse momento histórico.

p.s. Muito em breve mais novidades sobre vídeos...

ATUALIZAÇÃO: Eis que nos chega o making of deste video (acima).
Tão bom quanto:


14/04/2009

As coisas acontecem... [03]


Nota do Boteco: E de tanto esperar pelo texto, resolvemos publicar mais um desenho do mestre Flavão que servirá para ilustrar um 'causo' acontecido num dos botecos da pequena e pacata Muribeca que este dono de bar (abaixo) nos contou:

A Princesa e o Plebeu

Era uma vez um pobre plebeu que conheceu uma bela princesa. Por ser princesa - e viver trancada no castelo - se apaixonou à primeira vista pelo pobre plebeu remoso.

E como num conto de fadas, alguma coisa tentaria impedir esse amor. Entretanto, não fora um rei severo ou um príncipe rico de terras longínquas; mas sim o liseu deste pobre plebeu. A dificuldade de não ter nem um "vale B" pra pegar uma carruagem até o reino de sua amada.

Num final de semana de muita saudade, o pobre plebeu precisava ver a todo custo a sua querida princesa. Mas como isso seria possível sem um puto no bolso, meu Deus????

Foi na taberna deste dono de boteco (ilustra acima) que a estória se sucedeu:

O pobre plebeu fora desafiado por um pivete na sinuca. Uma aposta: vale transporte X vale transporte. Mas como apostar 2 vales B quando não se tem nem um A???
Bem, o pivete não precisava saber disso...

Mas como evitar os olhares atravessados dos espectadores locais vendo um hômi-véio apostando com um guri de 8 anos???
Ah, que se foda! Tudo pelo amor...

E numa atitude ousada, nosso pobre plebeu arriscou. Arriscou sob pena de ficar refém da cobrança do pivete mais pentelho da Muribeca e da língua do povo.

E mais uma vez, como em todo conto de fadas, o amor falou mais alto.
O pobre plebeu venceu a aposta, pode ver sua bela princesa, eles se casaram, tiveram uma linda filha chamada Medéia [nêga! nêga! nêga!] e viveram felizes para sempre.

[fundo musical: jorge ben - a princesa e o plebeu]

FIM

13/04/2009

11/04/2009

Gastronomia de boteco!


Olá, queridos amigos!

No auge de minha intelectualidade e curiosidade etílica, debrucei-me sobre as delícias provenientes de cardápios de botecos curadenses - CURADO: Conjunto residencial compositor Antonio Maria, maior bairro da zona oeste da região metropolitana do Recife - no afã de contribuir para o engrandecimento de vossos conhecimentos gastronômicos, segue a baixo algumas características de pratos servidos nos grandes estabelecimentos de socialização (bar):

Nome do Bar: BACTÉRIA
proviniente da junção de Quitéria (dona do bar) + bar = BARCTÉRIA.

Prato: Faladora - Língua de boi assada.
Preço:
R$ 4,00

Nome do Bar: Zefinha's Bar
Prato: Pior sem ela menstruada! - Galinha de cabidela.
Preço:
R$ 4,50

Nome do Bar: Geraldo
a maior concentração de muriçocas por metro quadrado. SENSACIONAL!

Prato: Meia e Colar! - Pé e Pescoço de Galinha.
Preço:
R$ 3,50
Obs.: em meio às comemorações fraternais típicas de um bar, você, constantemente, é levado a ficar protegendo seu copo de algumas moscas mal-educadas.

Nome do Bar: IML
dentro da feira do curado II

Prato: Criaturas da Areia.
Características: junção de vários pedaços de carne, galinha, fígado e linguiça, que, por estarem cobertos de farofa não é possível identificá-los.
Preço:
R$ 4,00

Prato: Paraíso viceral!
Características: Moelas e miúdos de galinhas ao molho!
Preço:
R$ 2,50

Isso é apenas uma amostra da riqueza de especiarias curadenses.

Que tal o próximo encontro do blog ser realizado de maneira itinerante?

Viva a América,
Deus salve o Curado!

09/04/2009

Maurício Pereira - O Homem de Nazaré


E para provar que o povo do DBNB não é só cachaça; nessa Semana Santa, a Radiola do Boteco entra no clima de Páscoa (renovação da vida), de paz, amor, caridade, perdão, etc e apresenta um clássico, imortalizado por Antônio Marcos, que ganhou esta nova versão do grande Maurício Pereira [ex-Mulheres Negras] que não é careta não, meu patrããão...

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Tudo isso regado a um vinhozinho que ninguém é de ferro, né?

O Homem de Nazaré
Composição: Cláudio Fontana

Mil novecentos e setenta e três
Tanto tempo faz que ele morreu
O mundo se modificou
Mas ninguém jamais o esqueceu

E eu, sou ligado no que Ele falou
Sou parado no que Ele deixou
O mundo só será feliz
Se a gente cultivar o amor

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazaré

Reis e rainhas que esse mundo viu
Todo o povo sempre dirigiu
Caminhando em busca de uma luz
Sob o símbolo de sua cruz

E eu, sou ligado no que Ele falou
Sou parado no que Ele deixou
O mundo só será feliz
Se a gente cultivar o amor

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazaré

Ele era um Rei
Mas foi humilde o tempo inteiro
Ele foi filho de carpinteiro
E nasceu em uma manjedoura
Não saiu jamais
Muito longe de sua cidade
Não cursou nenhuma faculdade
Mas na vida Ele foi doutor

Ele modificou o mundo inteiro
Ele modificou o mundo inteiro
Ele modificou o mundo inteiro
Ele revolucionou o mundo inteiro

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazaré

08/04/2009

Tipos de bêbo [02]


mais um tipo de bêbo pro Álbum de figurinhas DBNB:

"tái bêbo né, corno?"

veja as primeiras.

06/04/2009

O Torcedor-rapariga


Que bexiga é isso?

Torcedor: aquele que torce. No mundo esportivo, aquele que vibra com o time do coração.
Rapariga: feminino de rapaz em todos os países de língua portuguesa, com exceção do Brasil, onde o termo ganhou um significado pejorativo por conta das primeiras prostitutas, ao tempo da exploração-colonial, serem jovens esbeltas.
Torcedor-rapariga: difícil de explicar, fácil de exemplificar. Aí vai:

A cena
Asdrúbal – isso mesmo, personagem das anedotas do Pasquim – está escutando no radinho de pilha cesariamente o jogo de seu time do coração, que não ganha P.N. há muitos e muitos anos.

Pois bem, a pelada é praticamente uma baba, o seu time está vencendo o jogo pelo placar de três tentos a zero contra um time inexpressivo, praticamente um time de fazer inveja ao Íbis e a seu adorado cabeleireiro Shampoo (show, show, show!). Mas, bolinha vai, bolinha vem, o time de Asdrúbal desanda e leva um escorregão... Ops! Gol do time adversário. Asdrúbal até que fica impaciente, mas 3 x 1 é 3 x 1, e diz pra si: foi o de honra dos coitadinhos...

Mas, bolinha vai, bolinha vem... PQP, gol do time adversário: 3 x 2. Asdrúbal a esta hora já fica lembrando de quando foi a última vez que algo parecido aconteceu: Foi com um time de “São Luís de Macaxeira” na década de 1930! Mas, bolinha vai, bolinha vem... Caraaaalho!!! PQP!!! Deu c’a morrinha!!! Disgrama!! Time ruim da porra! O time inexpressivo muda da água para o vinho e seu futebol parece o de time grande. O que deu? Lógico: 3 x 3! Asdrúbal desliga o rádio encolerizado, babando que nem um cachorro engatado na cadela da rua, diz meio mundo de palavrões, tira a camisa do time, e se senta bufando... Não dá nem dois minutos, corre para ligar o rádio e... só dá o time inexpressivo na cabeça, o locutor grita: “Essa acordou a coruja à cadeirada” ou “Papai gritou da arquibancada: é meu menino, porra!”

Asdrúbal dá um peteleco no botão do rádio que volta a ficar mudo, senta no sofá bufando, tendo um tremelique nas pernas. A essa hora a mulher acorda com aquele “vira-e-mexe” e faz a pergunta mais imbecil para aquele instante: “O time tá perdendo?” Asdrúbal responde à seu Lunga: “Tá ganhando, não tá vendo minha alegria não?” A mulher sai chorando, Asdrúbal fica mais puto ainda e... Liga o rádio de novo!!! E... Bolinha vai, bolinha vem: o xodó do time, o talismã da torcida acerta aquele chute, naquele lance, daquele jeito, naquela hora, naquele canto... 4x3!

Asdrúbal já com a bandeira do time aberta para o mundo, grita eufórico: Caraaaalho!!! PQP!!! Deu c’a morrinha!!! Disgrama!! É o melhor time do mundo, porra!!! Corre vai até o quarto, abraçar a mulher com milhões de beijos e desculpas. Depois corre até a geladeira, vê que não tem cerveja, pede para o vizinho de janela, que é o vendedor, fazer meia grade no fiado. Volta, liga o rádio e põe o CD do time. Tudo isto às 23:52h...

Diagnóstico
Se você já sentiu estes sintomas, você sofre de uma doença chamada o torcedor-rapariga.

Exemplos
Torcedor que é torcedor torce até o fim, o torcedor-rapariga não. Ele sofre, ele chora, ele vê todas as outras tristezas de sua vida como dias felizes, ele sabe que o que o destrói é seu time, mas não consegue deixar de amá-lo, de acariciar o emblema do clube, de manifestar as puras emoções.

Torcedor que é torcedor faz prece, promete a Nossa Senhora da Conceição uma subida no morro de joelhos, mas o torcedor-rapariga não. Ele acha isso pouco. Ele aposta uma grade de cerveja Bohemia, o carro, a casa, a mulher! Perde, e depois põe a culpa na santa.

Torcedor que é torcedor reconhece a fragilidade do time, torna-se sócio do clube para não ter remorsos, o torcedor-rapariga não. Ele se doa, entrega-se por inteiro, vai trabalhar no bar do clube sem ganhar nada, deixa tudo pra trás: troca de emprego, troca de bar, troca de mulher, de sogra, de casa, de quenga, de família, de sexo, mas não troca o time, e este só levando no fiofó...

Torcedor que é torcedor veste a camisa do time todo dia, sabe todos os títulos e as escalações, o torcedor-rapariga não. Para ele isso não passa de amadorismo. Ele leva o filho do urso, que é muito bom de bola, para jogar no seu time. O pivete faz um gol, ele grita contente: "É filho da minha mulher com o padeiro!" E decide ali pagar uma pensão pro urso, dizendo: "Você só me dá alegrias!"

Torcedor que é torcedor só torce para um time, o torcedor-rapariga não. Ele cria um time na sua rua com o mesmo escudo e com os filhos dos outros que comem a sua mulher, os quais ele nomeia com a escalação que marcou sua infância.

Torcedor que é torcedor vai todo jogo ao estádio ficar com a bunda quadrada num concreto, levando sol na cara o tempo todo, gritando e pagando R$3,00 numa latinha de Belco, o torcedor-rapariga não. O torcedor-rapariga arruma um caminhão para levar a mercadoria de graça pro clube. No jogo, compra todo cachorro-quente, todo salsichão (que ele chama de salchichão), todo queijo grelhado com quatro quilos de sal (e no outro dia vem aquele chicotinho, mas ele nunca deixa de comprar).

Torcedor que é torcedor deixa a mulher em casa de cama para ir ao jogo, o torcedor-rapariga não. Ele gasta o dinheiro da feira de casa e do remédio da esposa no barzinho da esquina, onde está sendo transmitido o jogo, que também está passando em sua casa.

Torcedor que é torcedor vai à festa de 15 anos da filha com o rádio na cintura e fones o tempo todo sem dar atenção a ninguém, o torcedor-rapariga não. Ele tem certeza de que o estádio de futebol é o shopping, é a praia, é o Mcdonald’s, é a igreja! E reza. Reza para o blogueiro parar de queimar seu filme na internet.

02/04/2009

Festa de Boteco


Se boteco bom é boteco em casa, não vamos economizar cenografia para entrar no clima, CORRECTO?





No último aniversário do meu digníssimo CÔNJUGE, armamos em casa o "Boteco do Amaral".

Todo esforço vale a pena para ver os queridos REFESTELADOS pelo sofá e pelas cadeiras, alegres de comer comidinhas e beber cerveja no aconchego do nosso lar.



Teve castanha, caldinho, espetinho, toalha quadriculada, caipirinha, caipirosca e muita muita cerveja. O balcão virou mesa pra churrasqueira e bar para a coqueteleira.

Super produção só pra aniversário de 30 anos, mas um pouquinho todo fim de semana pode, né?


Aos poucos, vou soltar as receitas aqui para vocês irem se animando a fazer em casa também.

E não posso deixar de contar que a festa foi livremente inspirada
nessa aqui. Este blog, o Rainhas do Lar, tem muitas idéias boas pra quem gosta de petiscar em casa, recomendo.

01/04/2009

Pára tudo, porraaaa!!! LEIAM ISSO

Queridos amigos butuqueiros de boteco,

Eis que abro minha caixa de e-mails e encontro esta belezura:


Inicialmente, achei que fosse um convite pra um show de black metal [nunca recebi um e-mail todo preto], mas basta vocês CLICAREM NA IMAGEM ABAIXO para saberem do que se trata:


E agora, José?

p.s. as partes em vermelho são pra preservar a privacidade do cara