05/01/2009

A hora da cota [1]


Todo mundo que bebe sabe que a cota da birita é quase tão importante quanto o ritual do primeiro gole (encher o copo, olhá-lo fixamente, brindar, recitar uma loa, etc). É na hora da cota que se reconhece a generosidade, a justiça, a sinceridade ou a 'maletice' de cada um.

Quem já sentou na mesma mesa com aquele tipinho que na hora de pagar sua parte, puxa uma calculadora vai dizendo “eu só tomei uma coca light e comi duas fatias de pizzas” sabe que isso dá tanta confusão quanto pega-varetas em amigo-secreto de escola.


Meu Deus, todos nós que obedecemos ao Código de Ética dos Papudinhos aprendemos desde cedo que cada um paga (mais ou menos) o que consome. Ninguém – porque tomou umas cervejinhas a mais - se transforma num explorador de pais de família, inda mais num local sagrado como o bar. Logo, esse tipo “desconfiado-precavido” deve ser evitado.

Por que?
Porque não é nada legal beber com alguém que fica resolvendo mentalmente equações do 2º grau, dízimas periódicas ou sistemas de determinantes enquanto você tenta puxar conversa. Paciência tem limite! Ninguém aqui está falando em esbanjar dinheiro [até mesmo porque somos todos um bando de lisos], mas imaginem a cena:

- Mermão, comé o nome daquela coisinha linda da novela?
- [...]
- A loirinha, pô... bem gostosinha...
- [...]
- Ei, porra! Tô falando contigo...
- Hã? Quê???
- Esquece... [...] Visse o jogão de domigo?
- Velho, quanto tá o camarão? Não consegui decorar o preço...
- [...]

Simplesmente, não dá.

Então, daqui pra frente, pensem bem antes de convidar o "
desconfiado-precavido" pra não estragar seu lazer com os amigos, afinal de contas, cachaça TAMBÉM é investimento em qualidade de vida.

p.s. na próxima postagem: o arregueiro.

2 comentários:

Luiziana disse...

Sei... conheço gente que sai com mais dinheiro do que chegou...
Já virou meio de vida!

Judapaz disse...

Esse exemplo de matemática veio bem a calhar...