24/04/2009

Desvario

Olá, amigos, blogueiros do Butuca no Boteco.

Estou postando de Seropédica, estado do Rio de Janeiro, baixada fluminense, pertinho de Nova Iguaçu. Essa cidade é pacata, afundada em provincianismo latente, onde há mais paulistas e mineiros que cariocas, mais templos protestantes do que bares - imaginem meu martírio...

Pois bem, para me distrair desses verdadeiros prazeres turísticos (de turístico mesmo só a UFRRJ, a universidade mais bonita do Brasil - É bonita mnesmo!), enfurnei-me no quarto da pousada com algumas latinhas de cerva e, estando mais movido pelo álcool do que pela razão, escrevi tais versos:

Poema: Desvario
Epígrafe: "Quero o lirismo dos bêbados" (Manuel Bandeira)

Se eu fosse o dono do mundo,
mandava caiar teu nome

em cada um dos continentes,

onde o tempo nunca some

como que fosses caindo

dentro de um buraco infindo

do qual sempre tenho fome.


Se eu fosse o dono do mundo,

eu não seria a verdade.

Porque dizê-la é mentir-se;

não se a tem por sanidade.

Eu seria era a mentira

que, na sua pior mira,

só destina pra verdade.


Se eu fosse o dono do mundo,

de três coisas me faria:

do tempo que tudo gasta;

do espaço que tudo cria.

Então, me faria em porre

para saber como se morre

dum verso de poesia!

2 comentários:

Rafael de Oliveira disse...

Já que ninguém comentou, eu assim comento: adorei a foto e a pituzinha de lado... Não havia algo melhor... Veni, Vidi, Bibi! (Vim, Vi, Bebi)

pablo disse...

e eu adorei a poesia! fuderosa.

quando o cara se apaixona pela nêga das quatro letras é foda: I LOVE P.I.T.U.