19/01/2009

A Língua Portuguesa dos Botequeiros


Mediante tais acontecimentos, calamidades ou reviravoltas quanto à escrita de nossa Língua Portuguesa, "A Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica Latim em Pó", podemos iniciar desde já, a apresentação de verdadeiros quitutes da gramática de Bar, e bar periférico, especificamente, pois é onde acontece as mais variadas metamorfoses de nossa língua quanto a tudo aquilo que os linguistas (agora sem trema) adoram discutir - nesse ponto linguista é igual a pedagogo: existe para ocupar espaço.

Aí vai um verdadeiro duelo: A Língua Portuguesa dos Botequeiros X A Língua Portuguesa dos Luso falantes, porque botequeiro tem seu próprio "linguajar"!!! Imaginemos que se dois homens estivessem num boteco, o Bar Setanejo, por exemplo, localizado no Curado IV, avenida I (podem me criticar, estou fazendo propaganda sem ter direito a fiado), ambos estão a contemplar o pôster da Juliana Paes e sua Antarctica - a Boa - e um dos sujeitos diz:

- A Juliana Paes é melhor do que a Deborah Secco (que por sinal está mais seca que a seca de Munguengue).

Ouvindo tal frase comparativa de superioridade utilizando o adjetivo "bom/ boa" em forma especial para comparações "melhor", o segundo sujeito, o ouvinte, entende o comentário a sua maneira e responde:

- Não, não acho. A Deborah Secco sempre foi melhor atriz que a Juliana Paes.

O primeiro sujeito, o falante, fica injuriado:
- Não, mas eu não estou falando disso; estou dizendo que a Ju (na intimidade) é mais gostosa que a Deborah.
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

Até aí, caros leitores, uma babaquice de exemplo. Mas vejamos como seria se esse diálogo na linguagem nacional tupininquim dos bares:

- A Juliana Paes é MAIS BOA do que a Deborah Secco.
- Sem dúvida. A Bicha é gostosa pra caralho!
- Pra caralho, não; pro meu caralho...

Viram como o diálogo foi mais vivo, direto, eloquente, dinâmico e acima de tudo lacônico?! Isso porque na Linguagem Gramático-escolar, a forma MAIS BOA só é utilizada numa especificação de características comuns a um só ser. Exemplo:

Juliana Paes é boa e burra. Mais boa do que burra (nem tanto, né gente?).

Contudo na conversa de Bar, nós, adeptos da Linguagem Gramático-de-Bar, não sofremos tais problemas, pois é como se viu: MAIS BOA pra nós é uma obrigação. Juliana Paes pode ser melhor em diversas coisas, mas quando quisermos expressar elogios a seus atributos físicos em comparação a outrem, devemos sim, utilizar a forma MAIS BOA, no sentido de gostosa.
Botequeiro, orgulhe-se de seu "linguajar", pois não precisamos de convenções para discutir nossas metamorfoses linguístico-sociais, apenas de uns dois dedos de cerva gelada!!!!

"Se cachaça era o diabo,
Pra que bebeu?
Se o copo era grande,
pra que encheu?"

(Versos de cunho popular, imortalizados por Ascenso Ferreira)

2 comentários:

pablo disse...

o orifício circular corrugado, localizado na região inferior lombar de um cidadão em alto estado etílico, deixa de estar em consonância conforme os ditames vigentes na sociedade e conforme as leis de propriedade vigente

Emerson Azevedo disse...

Resumindo: Cu de bebo não tem dono. Por isso não fico "bebo", embriagado talvez.