28/06/2009

De Bestinha no Boteco


Local:
Bar Quitéria, Curado IV, rua 2, em frente à creche Mundo Encantado - recôndito bodegueiro mais conhecido como "Bactéria", o único do Curado IV a vender língua de boi ao molho madeira!

Os Sujeitos:
Três homens de aproximadamente cinquenta nos, barbas mal feitas e grandes. Um de boné, um careca e um com a barba profética de Fidel Castro (não fui eu).

As Personagens-Testemunhas:
Rafael de Oliveira, Nailene Lira, João Paulo Pedro dos Santos - o Apóstolo - , Allan Carneiro entre outros professores do já extinto Colégio Desafio, do Curado IV.

O que houve:
Bem, estávamos eu, Rafael, Nailene, João Paulo, Allan e não me lembro quem mais tomando umas no Bactéria. No rádio, só músicas chinfrins e sem essência, então começamos a debruçar nosso dom musical do invulnerável Brega Clássico com a também clássica "Mercedão Vermelho", de Maurício Reis, no mesmo tom, gogó e sentimentalismo:

Mercedããããããão Vermelhôôô!
Mercedããããããão Vermelhôôô!
Tu és minha casa, tu és meu hotel,
tu és meu espelhôôô!!!

De repente, o homem de boné me cutuca, dizendo:
- Meu filho, num cante isso, não. Que o cumpádi aqui sente coceira no quengo... E cai na risada o homem.

À essa hora o homem de barba já estava quase babando na mesa.

O sujeito mencionado pelo amigo de boné, é o careca. Então, o sujeito careca olha com aquele olhar de quem quer capar alguém, dá uma baforada no seu cigarrinho de palha e solta o verbo em tom de revanche, cinismo e greia:
- É, meu filho - disse a mim -, agora pergunte a ele quem viajou pra São Paulo, passou um ano e meio lá e quando voltou, a mulher tava grávida...

O cara de boné engoliu seco e se fez de desentendido. Mas o careca, implacável, emendou o tiro certeiro:
- Engravidou lendo a carta, foi? Me diga como é que é isso?!

O de boné ficou uma cara de cachorro com fome. Nós, de fininho, fomos voltando a nossa cantoria. A esta hora já cantávamos:

Agora vá pra cadeia
Eu não quero mais te ver
É a polícia te levando
eu aqui fico zombando
do teu jeito de viver...

E o resto é história...

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